1ºAnos - Filosofia - 2022

2º Bimestre

  

Período Socrático ou Antropológico
Época da vida de Sócrates em Atenas
 



Sócrates de Atenas(470 a.C – 399 a.C):

· Sócrates é considerado um marco de divisão da filosofia;
· Considerado por muitos, pai da filosofia (por sua importância)
· Começou filosofar em público em idade adulta;
· Não escreveu nada, tudo que se sabe a seu respeito foi escrito por seus discípulos principalmente Platão e Xenofonte;
· Seu método de filosofia era dialógico, ou seja, por meio de diálogos;
· Dialogava com os cidadãos atenienses independente de sua condição social (aristocratas, artesãos, escravos, estrangeiros...)
· O Diálogo socrático tinha dois momentos: ironia e maiêutica;
· Ironia: começar o diálogo como ignorante “Só sei que nada sei”, desmontar os argumentos dos interlocutores com perguntas que evidenciam suas contradições, sem, no entanto, afirmar diretamente que tais argumentos são falhos;
· Maiêutica (parir a verdade): Com perguntas, exemplos e comparações ajudar o interlocutor encontrar respostas cada vez mais acertadas até este ‘parir’ a verdade sobre o assunto em questão.
· Sócrates torna-se conhecido em Atenas e é considerado por muitos como sábio, também passa ser odiado por poderosos locais que o consideram um perigo por influenciar os jovens atenienses;
· Sócrates rejeita a ideia de que seja sábio, pois considera que nada sabe;
· Ao procurar o oráculo (mensageiro e mensagem divina) de Delfos (cidade grega) no templo de Apolo (deus da sabedoria) toma para si a frase inscrita no pórtico (portão, porta) do templo que dizia “Conhece-te a ti mesmo”;
· Ao indagar (perguntar) para a sacerdotisa (mulher que serve aos deuses nos templos) o que era ser sábio, eis que a sacerdotisa retruca a pergunta querendo saber o que Sócrates sabia, ele então afirma: “Só sei que nada sei”, nisso é considerado pela sacerdotisa como o mais sábio da Grécia;
· “Só sei que nada sei” na perspectiva de Sócrates significa que apesar de todo conhecimento que um homem pode ter ainda assim ele não passa de um ignorante em relação ao conhecimento que é infinito, ou seja, por mais que se conheçam as coisas a sabedoria é infinita e o homem nunca deve cessar de buscá-la;
· Segundo Sócrates o que há de mais importante para conhecer é o ser humano, o próprio homem (antropos = homem, em grego), por isso o período socrático também é conhecido como período antropológico (reflexão-estudo sobre o homem-ser humano);
· Sócrates atrai muitos jovens que querem aprender sua filosofia, sua maneira de dialogar e ir a fundo em um assunto;
· Sócrates não separa filosofia e vida, ou seja, ele vive de acordo com o que pensa – sua filosofia é vivenciada;
· Os diálogos que Sócrates tem com os poderosos arrogantes e sua influência junto com a juventude o levam a ser acusado como perigoso para a sociedade ateniense por: desrespeitar os deuses e corromper a mentalidade dos jovens;
· Sócrates é acusado diante do tribunal e acaba fazendo sua própria defesa, Platão narra o julgamento de Sócrates em um livro (diálogo) chamado “Apologia de Sócrates” (apologia=defesa);
· Sócrates é condenado a tomar um veneno chamado Cicuta e não rejeita a condenação;
· Conta-se que de todos, o mais tranqüilo no momento da execução era o próprio Sócrates, exatamente por não temer a morte.
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Exemplo de um diálogo socrático
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mais um exemplo da Dialética (diálogo) Socrático
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Livro que narra o julgamento de Sócrates:
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Sócrates foi acusado de:
- Corromper a mentalidade da juventude;
- Contrariar os bons costumes escandalizando a cidade com suas conversas;
- Negar os deuses locais

Diante dos juízes da cidade afirmou:


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Execução de Sócrates por envenenamento de Cicuta
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-> Último diálogo de Sócrates com seus discípulos, refletem sobre a morte e a imortalidade da alma;

-> Sócrates usa sua morte como uma lição final para seus pupilos, ao invés de fugir quando a oportunidade surgiu, e encara a morte calmamente;

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"(…) Quando os próprios alunos estão criando, eles acabam aprendendo. E os professores serão o epicentro disto. Qualquer um que pensa diferente disto nunca teve um bom professor. Eu trocaria toda a minha tecnologia por uma tarde com Sócrates”. Steve Jobs (fundador da Apple)
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1º Bimestre

Etimologia (origem e significado) da palavra filosofia 



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A palavra  filosofia é de origem grega. É composta por duas  outras:  philo e  sophia.  

Philo deriva-se de  philia , que significa: amizade, amor fraterno, respeito entre os iguais. 

Sophia quer dizer sabedoria e dela vem a palavra sophos, sábio.


palavra Filosofia significa, portanto, amizade pela sabedoria, amor e respeito pelo saber

A palavra Filósofo significao que ama a sabedoria, tem amizade pelo saber, deseja saber.


Assim, filosofia indica um estado de espírito, da pessoa que ama, isto é, deseja o conhecimento, o estima, o procura e o respeita.


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Atribui-se ao filósofo grego Pitágoras de Samos (que viveu no século V antes de Cristo) a invenção da palavra  filosofia . Pitágoras teria afirmado que a sabedoria plena e completa pertence aos deuses, mas que os homens podem desejá-la ou amá-la, tornando-se filósofos.


Condições Históricas para o nascimento da Filosofia

O que tornou possível o surgimento da Filosofia na Grécia no final do século VII e no início do século VI antes de Cristo? Quais as  condições materiais, isto é, econômicas, sociais, políticas e históricas que permitiram o surgimento da Filosofia? Podemos apontar como principais condições históricas para o surgimento da  Filosofia na Grécia:

→ as viagens marítimas , que permitiram aos gregos descobrir que os locais que os mitos diziam habitados por deuses, titãs e heróis eram, na verdade, habitados por outros seres humanos; e que as regiões dos mares que os mitos diziam habitados por monstros e seres fabulosos não possuíam nem monstros nem seres fabulosos. As viagens produziram o desencantamento ou a desmistificação do mundo, que passou, assim, a exigir uma explicação sobre sua origem, explicação que o mito já não podia oferecer;
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→ a invenção do calendário , que é uma forma de calcular o tempo segundo as estações do ano, as horas do dia, os fatos importantes que se repetem, revelando, com isso, uma capacidade de abstração nova, ou uma percepção do tempo como algo natural e não como um poder divino incompreensível;
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→ a invenção da moeda , que permitiu uma forma de troca que não se realiza através das coisas concretas ou dos objetos concretos trocados por semelhança, mas uma troca abstrata, uma troca feita pelo cálculo do valor semelhante das coisas diferentes, revelando, portanto, uma nova capacidade de abstração e de generalização;
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→ o surgimento da vida urbana , com predomínio do comércio e do artesanato, dando desenvolvimento a técnicas de fabricação e de troca, e diminuindo o prestígio das famílias da aristocracia proprietária de terras, por quem e para quem os mitos foram criados; além disso, o surgimento de uma classe de comerciantes ricos, que precisava encontrar pontos de poder e de prestígio para suplantar o velho poderio da aristocracia de terras e de sangue (as linhagens constituídas pelas famílias), fez com que se procurasse o prestígio pelo patrocínio e estímulo às artes, às técnicas e aos conhecimentos, favorecendo um ambiente onde a Filosofia poderia surgir;
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→ a invenção da escrita alfabética , que, como a do calendário e a da moeda, revela o crescimento da capacidade de abstração e de generalização, uma vez que a escrita alfabética ou fonética, diferentemente de outras escritas  -como, por exemplo, os hieróglifos dos egípcios ou os ideogramas dos chineses  -, supõe que não se represente uma imagem da coisa que está sendo dita, mas a ideia dela, o que dela se pensa e se transcreve;
alfabeto grego

→ a invenção da política , que introduz três aspectos novos e decisivos para o nascimento da Filosofia:
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1.A ideia da lei como expressão da vontade de uma coletividade humana que decide por si mesma o que é melhor para si e como ela definirá suas relações internas. O aspecto legislado e regulado da cidade  -da  polis  -servirá de modelo para a Filosofia propor o aspecto legislado, regulado e ordenado do mundo como um mundo racional.

2.O surgimento de um espaço público, que faz aparecer um novo tipo de palavra ou de discurso, diferente daquele que era proferido pelo mito. Neste, um poeta vidente, que recebia das deusas ligadas à memória (a deusa Mnemosyne, mãe das Musas, que guiavam o poeta) uma iluminação misteriosa ou uma revelação sobrenatural, dizia aos homens quais eram as decisões dos deuses que eles deveriam obedecer.
Agora, com a  polis, isto é, a cidade política, surge a palavra como direito de cada cidadão de emitir em público sua opinião, discuti-la com os outros, persuadi -los a tomar uma decisão proposta por ele, de tal modo que surge o discurso político como a palavra humana compartilhada, como diálogo, discussão e deliberação humana, isto é, como decisão racional e exposição dos motivos ou das razões para fazer ou não fazer alguma coisa.
A política, valorizando o humano, o pensamento, a discussão, a persuasão e a decisão racional , valorizou o pensamento racional e criou condições para que surgisse o discurso ou a palavra filosófica.

3.A política estimula um pensamento e um discurso que não procuram ser formulados por seitas secretas dos iniciados em mistérios sagrados, mas que procuram, ao contrário, ser públicos, ensinados, transmitidos, comunicados e discutidos. A ideia de um pensamento que todos podem compreender e discutir, que todos podem comunicar e transmitir, é fundamental para a Filosofia.

Nascimento da Filosofia
Os historiadores da Filosofia dizem que ela possui data e local de nascimento: final do século VII e início do século VI antes de Cristo, nas colônias gregas da Ásia Menor (particularmente as que formavam uma região denominada Jônia), na cidade de Mileto. E o primeiro filósofo foi Tales de Mileto.
Além de possuir data e local de nascimento e de possuir seu primeiro autor, a Filosofia também possui um conteúdo preciso ao nascer: é uma  cosmologia . A palavra  cosmologia é composta de duas outras:  cosmos, que significa mundo ordenado e organizado, e  logia, que vem da palavra  logos, que significa pensamento racional, discurso racional, conhecimento. Assim, a Filosofia nasce como conhecimento racional da ordem do  mundo ou da Natureza, donde, cosmologia.
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PERÍODOS DA HISTÓRIA DA FILOSOFIA


A História da Filosofia, como toda divisão cronológica, é uma opção arbitrária de quem estabelece os pontos de ruptura para justificar as separações entre um período e outro. É claro que esta "arbitrariedade" está sustentada em algum princípio que permite aproximações entre temas, características e proposições dos autores. Neste caso, as periodizações da História da Filosofia devem ser buscadas nos critérios de quem as fez, mais do que nas relações dos próprios filósofos, que ao escreverem e muitas vezes dialogando com textos de antepassados não estavam preocupados em pertencer a um período específico.
As caracterizações de um determinado período são úteis para uma sistematização didática, mas como toda caracterização, ao mesmo tempo em que dá identidade e especificidade ao período que está sendo caracterizado, também serve para simplificar e reduzir um determinado pensamento ao período em que ele surge. Falar de características do pensamento filosófico de uma época é uma forma de encobrimento das diversidades que existem, mas ao mesmo tempo, a procura por estas características nos auxiliam na identificação da abordagem filosófica.

PERÍODOS DA HISTÓRIA DA FILOSOFIA:

⇨ Mitologia (Antes da Filosofia)
⇨ Filosofia Antiga (séc. VI a.C - VI d.C)
⇨ Filosofia Medieval (séc. I d.C - XIV)
⇨ Filosofia Moderna (séc. XIV - XVIII)
⇨ Filosofia Contemporânea (séc. XIX ...)

Foram estudados em sala os seguintes:

⇨ Mitologia (Antes da Filosofia)Período anterior ao nascimento da Filosofia, porém condição para que a Filosofia viesse a aparecer. Predominam explicações mágico-fantasiosas para o mundo e seus fenômenos. Essas explicações eram transmitidas em formas de histórias que narravam os acontecimentos dando-lhes sentido e produzindo significado, assim como norteando comportamentos e ações.

⇨ Filosofia Antiga (séc. VI a.C - VI d.C): Filosofia Antiga refere-se a um grupo diversificado e que se localiza desde o século VI a.c. na Jônia até os primeiros tempos da era cristã. Pela dimensão temporal podemos localizar temáticas díspares que são sistematizadas neste mesmo grupo. Os sub-períodos da Filosofia Antiga são:

  1. Período pré-socrático ou Cosmológico (séc. VI a.C - V a.C)
  2. Período socrático ou Antropológico (séc. V a.C - IV a.C)
  3. Período sistemático (séc. IV a.C - III a.C)
  4. Período helenístico ou greco-romano (séc. III a.C - VI d.C)

Desses 4 períodos da Filosofia Antiga foi estudado em sala e será cobrado na prova o seguinte:

  1. Período pré-socrático ou Cosmológico (séc. VI a.C - V a.C): Os filósofos pré-socráticos  são, desde Tales de Mileto, que se localizam antes de Sócrates e se interrogavam sobre a physis (natureza), daí o nome físicos. A preocupação deles sobre o princípio (a arché) da natureza, da ordem do mundo (Cósmos) fez com que estabelecessem as primeiras elaborações à procura de um princípio lógico que explicasse a própria natureza.

Principais Filósofos Pré-Socráticos

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Segue abaixo os principais filósofos do período pré-socrático:
  • Tales de Mileto (624 a.C.-548 a.C.): nascido na cidade de Mileto, região da Jônia, Tales acreditava que a água era o principal elemento, ou seja, era a essência de todas as coisas.
  • Anaxímenes de Mileto (588 a.C.-524 a.C.): discípulo de Anaximandro nascido em Mileto, para Anaxímenes o princípio de todas as coisas estava no elemento ar.
  • Heráclito de Éfeso (540 a.C.-476 a.C.): considerado o “Pai da Dialética”, Heráclito nasceu em Éfeso e explorou a ideia do devir (fluidez das coisas). Para ele, o princípio de todas as coisas estava contido no elemento fogo.
  • Empédocles (490 a.C.- 430 a.C.) foi um filósofo e pensador pré-socrático grego e cidadão de Agrigento, na Sicília. É conhecido por ser o criador da teoria cosmológica dos quatro elementos (água, terra, fogo e ar) que influenciou o pensamento ocidental de uma forma ou de outra, até quase meados do século XVIII. Ele também propôs poderes chamados por ele de "Amor" e "Ódio" que atuariam como forças que tanto podem formar elementos quanto separá-los.
  • Demócrito de Abdera (460 a.C.- 370 a.C.): nascido na cidade de Abdera, Demócrito foi discípulo de Leucipo. Para ele, o átomo era o princípio de todas as coisas, desenvolvendo assim, a “Teoria Atômica”.
  • Pitágoras de Samos (570 a.C.-497 a.C.): filósofo e matemático nascido na cidade de Samos, para ele os números foram seus principais elementos de estudo e reflexão, do qual se destaca o “Teorema de Pitágoras”.
  • Xenófanes de Cólofon: (570 a.C.-475 a.C.): nascido em Cólofon, Xenófanes foi um dos fundadores da Escola Eleática, se opondo contra o misticismo na filosofia e o antropomorfismo.
  • Parmênides de Eléia (530 a.C.-460 a.C.): discípulo de Xenófanes, Parmênides nasceu em Eléia. Focou nos conceitos de “aletheia” e “doxa”, donde o primeiro significa a luz da verdade e o segundo, é relativo à opinião.
  • Zenão de Eléia (490 a.C.-430 a.C.): discípulo de Parmênides, Zenão nasceu em Eléia. Foi grande defensor das ideias de seu mestre filosofando, sobretudo, acerca dos conceitos de “Dialética” e “Paradoxo”.
  • Anaximandro de Mileto (610 a.C.-547 a.C.): discípulo de Tales nascido em Mileto, para Anaximandro o princípio de tudo estava no elemento denominado “ápeiron”, uma espécie de matéria infinita.
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Onde viveram os filósofos pré-socráticos.


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